Biografia de Maria Pompeu
Atriz se divide entre palco e bastidores, com passagens na TV e no cinema
Maria Pompeu
Maria Pompeu é, provavelmente, uma das poucas pessoas do mundo que têm um currículo profissional “dia a dia”, ou seja, que contempla cada data de estreia teatral e início de filmagens de um longa ou uma novela. Com este mesmo cuidado ela organiza seu acervo, com fotos, cartazes e roteiros das obras e espetáculos dos quais participou ao longo das últimas cinco décadas. Precavida, ela já tratou de deixar registrado oficialmente que este material será destinado à Funarte.
E são muitas as Marias que sobressaem do material guardado em sua casa em Copacabana. E das muitas imagens já disponíveis na Funarte, no arquivo Foto Carlos, de espetáculos que tiveram participação dela. O teatro, sua maior paixão, foi descoberto quase por acaso na infância, em aulas de Paschoal Carlos Magno no Teatro Duse. Na adolescência, teve que encarar a resistência da mãe para continuar atuando. Trabalhou em um banco para pagar o curso na Federação Brasileira de Teatro, onde teve aulas com Dulcina e Henriette Mourineau.
Em 1955, Maria estreou profissionalmente nos palcos emDiálogo das Carmelitas. E não parou mais. Em 1958, integrou o elenco do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e, no ano seguinte, conquistou um contrato de um ano com a TV Tupi. “Cheguei a participar de sete programas semanais de todo tipo, de infantis a novelas”, conta Maria.
E foi nos bastidores da TV Tupi que surgiu a oportunidade que acabou dando um rumo inesperado a sua carreira. Foi convidada para integrar o elenco de Doze Biquínis, espetáculo que reunia beldades no palco da boate Night and Day. “Fiquei na dúvida, porque minha formação era de teatro grego, não cantava nem dançava e usava maiô inteiro para ir à praia. Mas tinha acabado de comprar um apartamento e precisava pagar as prestações”, conta. Daí seguiram os convites: trabalhou com Carlos Machado em Elas Atacam pelo Telefone, na boate Fred’s, e acabou fisgada por Stanislaw Ponte Preta para ser uma das Certinhas do Lalau. “Tenho muita dificuldade de explicar para a juventude de hoje o que era ser uma Certinha”, conta Maria. “Eram atrizes profissionais com corpo bonito. Participaram da seleção Tereza Rachel, Odete Lara…. O Sergio Porto escolhia várias ao longo do ano e no final as dez mais bonitas eram eleitas. Tenho a honra de ter sido uma das selecionadas em 1963.”
Naquele ano também houve o filme Boca de Ouro, de Nelson Pereira dos Santos, no qual ela e outras duas atrizes mostram os seios em uma cena. “Não me arrependo disso. Mas também acho que fiz bastante coisa depois para ser lembrada só por isso…”
E fez mesmo. Nos anos 70 e 80, participou uma série de filmes (como Mulher Sensual, Rainha do Rádio) e novelas (Pecado Capital, O Espigão, entre outros). Também nessa época começou a produzir peças (como Receita de Vinicius e A Casa de Bernarda Alba, esta última seu maior trabalho nas bastidores) e a desenvolver projetos para levar encenações a colégios.
Maria Pompeu chegou a assumir a presidência do Sindicato de Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro em 1981 e a batalhar pela consolidação da regulamentação do ofício do ator. Dividindo-se entre trabalhos nos palcos e nos bastidores, a atriz completou 55 anos de carreira em 2010.
fonte Funarte
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